Transformando o futuro do espaço de trabalho!

Na última semana, dia 7 de maio, participei do importante evento internacional Worktech, o qual teve como tema central: “O Futuro do Trabalho e do Ambiente de Trabalho”. O evento foi realizado no auditório do edifício da DOW CHEMICAL, em São Paulo e reuniu palestrantes dos Estados Unidos, Austrália e Brasil, com um público de mais de 150 profissionais.

A conferência iniciou com a apresentação do projeto WISE da sede da anfitriã, The Dow. Segundo Milena Morales, representante da empresa, as mudanças de paradigmas e filosofia de ocupação de espaço trouxe muitos benefícios na produtividade e satisfação dos profissionais envolvidos.

A partir de então, o evento se dividiu em quadros temáticos com profissionais convidados para apresentações e debates. Iniciando o primeiro bloco, com a conversa sobre “Tendências Globais no Espaço de Trabalho”, os arquitetos Primo Orpilla (São Francisco/EUA) e James Grose (Austrália) apresentaram alguns de seus projetos mais inovadores e chamaram a atenção para o detalhamento dos ambientes de acordo com os usuários e as atividades a serem executadas. Grose trouxe a questão humana dos projetos: “Nós queremos criar uma atmosfera para que as pessoas queiram ficar aqui”. Concluindo, foi feito um painel debate entre os palestrantes, além da participação de Cláudia Andrade e Eduardo Coutinho.

O segundo bloco teve como tema: “Transformando o Futuro do Trabalho” e envolveu os profissionais Jorge Lima, Sócio da Semco Partners, Alexandre Teixeira, jornalista e autor, e Alexandre Pellaes, transformador organizacional e agente de mudança. Todos propuseram discussões em relação à importância da adequação do ambiente ao bem estar dos profissionais. Jorge citou: “Lembre-se que atrás de um profissional, tem sempre uma pessoa”, propondo uma mudança do RH tradicional para a Gestão de Gente e Pessoas. Alexandre Teixeira, autor dos livros “Felicidade SA” e “De Dentro para Fora”, propõe uma mudança de liderança, seguindo para modelos mais horizontais, mais planos, indicados para empresas que buscam a inovação e diferenciação no mercado. Segundo ele, são três os desafios da Era Social: 1) Conquistar poder pelo propósito compartilhado; 2) Em vez de reter dentro de muros, quebra-los; 3) Criar organizações rápidas e flexíveis. Já Alexandre Pellaes apresentou sobre “Como Mundando a Estrutura, Mudamos a Atitude das Pessoas” e também propôs um modelo de gestão compartilhada, onde todos têm o mesmo valor e responsabilidade nas empresas. Ao final do quadro, se juntaram aos palestrantes, Eduardo Migliano, Fundador da 99Jobs e Cláudio Emanuel de Menezes, Sócio Fundador e Presidente da Disoft Solutions, para um debate final sobre o assunto.

Na parte da tarde, o bloco “Motivando a Criatividade e Inovação”, contou com a participação de Maurício Arruda e Fábio Mota da Todos Arquitetura, Edson Oliveira, da IBM e Amália Franke, do Google. Os profissionais da Todos Arquitetura apresentaram questões relacionadas materialização de valores das empresas através dos ambientes. Já Edson, expôs as mudanças na forma de trabalhar através da inclusão da tecnologia, propondo uma mobilidade maior dos profissionais nos dias de hoje. Amália trouxe imagens dos ambientes do Google para apresentar a visão e os propósitos da empresa. Segundo ela, o principal foco da organização é nos “Googlers”, criando estímulos espaciais para que, mesmo tendo a liberdade de trabalharem de casa, queiram estar no escritório: “Acreditamos que o espaço de trabalho ajuda no desenvolvimento das pessoas”. No painel final deste bloco, Fábio Roszczewski, da Ericsson e Luiz Campos, da Gensler, também participaram da discussão.

O último bloco teve como tema: “Espaço e Fazendo a Coisa Certa”. Vários profissionais da área do mercado imobiliário palestraram, entre eles, Rafael Lazzarini, da CTE, Marly Vicente Pereira, da Camargo Correa, Cristian Baptista e Adriano Sartori, da CBRE, Carlindo Macedo, do HSBC, Douglas Munro, da Hines Brasil, Hilton Rejman, da Cyrela, Cláudio Tavares de Alencar, professor e pesquisador da USP, e Marcel Fukayama. Alguns cases de sucesso foram apresentados e a discussão se concluiu com a apresentação de perspectivas para o desenvolvimento do mercado imobiliário corporativo em um momento de incerteza e baixo crescimento: “Produtos bons, de alta qualidade, podem até sofrer (em um momento de crise), mas sofrem menos”.

Ao final do evento, a conclusão que podemos chegar é que, diferentes profissionais relacionados ao ambiente de trabalho, tem colocado a atenção nas pessoas que utilizam esses espaços. Foi-se o tempo de pensar puramente na arquitetura estética para os espaços corporativos. As tendências para o futuro preveem o espaço físico das empesas como um elemento estratégico, tornando-o um diferencial competitivo, retentor de talentos e gerador de saúde, bem estar e motivação aos profissionais.